12 de Janeiro de 2025
Advogado escreve Carta de Indignação ao Jornal A Gazeta
Leia a carta de indignação enviada pelo pastor e advogado Sérgio Carlos de Souza ao editor André Hees, do Jornal A Gazeta (ES).
Veja o conteúdo da carta na íntegra:
Prezado Editor André Hees,
Li hoje o seu editorial intitulado “em defesa da Maranata”, e tenho a expressar o que segue:
1 – Sou leitor e assinante de A Gazeta há várias décadas, e é nesta qualidade que escrevo.
2 – Estou pastor da Igreja Cristã Maranata desde 1997, e dela sou membro desde 16 anos de idade (hoje tenho 46).
3 – Sou totalmente favorável à liberdade de expressão como um dos pilares da sustentação democrática.
4 – Mas – e aqui vai a minha indignação de forma respeitosa, porém firme – o que o jornal A Gazeta está fazendo quebrou a liberdade de expressão. O jornal colocou o compromisso de informar a verdade em patamar inferior às suas necessidades comerciais. Isto é mau jornalismo. Eu poderia aqui consumir páginas e mais páginas citando essa prática nas reportagens envolvendo a Igreja Cristã Maranata. Entretanto, como percebi pelas cartas de leitores publicadas no jornal de hoje, que já existem diversas outras manifestações, me restringirei a exemplificar – me permitam – o mau jornalismo de A Gazeta citando algumas das manchetes feitas.
5 – Sei da importância de uma manchete para qualquer veículo de comunicação. Ela tem, entre outros, dois papéis a cumprir: despertar o leitor e estimular a venda. E não há nenhum problema quanto a isto. Mas a manchete precisa ser verdadeira. Ela não pode ser dissociada dos fatos que serão informados dentro do jornal. Ela não pode conter informação falsa. E muito menos tendenciosa. Muitas, mas muitas pessoas, apesar de não comprarem o jornal, lêem as manchetes nos sinais e bancas de jornais. A manchete tenta levar a pessoa a comprar o jornal, mas o fato é que muitos não compram, apenas ficam com a manchete. Daí o compromisso que a manchete deve ter com a verdade. E a má prática das manchetes, lamentavelmente, aconteceu com A Gazeta no caso da ICM. Citarei apenas algumas.
MARANATA – DA FÉ À FRAUDE
Qual a conclusão do leitor? Não há outra: a Igreja Cristã Maranata deixou a fé e enveredou para a fraude. E quando a manchete alardeia a associação entre Maranata & Fraude, lança na lama todos os membros da Igreja. A manchete fez isto. Ou seja, a manchete sensacionalista e maquiada transmitiu uma mensagem que, depois, o próprio jornal em conversas pessoais fez questão de dizer que não era isto. A fraude era de algumas pessoas e não da instituição. Mas a manchete ficou. E atingiu em cheio a honra de milhões de pessoas ao redor do mundo. Pessoas que se reúnem ou ao menos visitam os templos da Igreja e jamais viram qualquer tipo de menção à palavra dinheiro. “Como assim? Fraude? A minha Igreja é fraudulenta?” Ouvi isto muitas vezes. E, tanto é verdade que a manchete chocou a sociedade, que o próprio jornal depois falou que a edição havia esgotado nas bancas e sinais. Esgotou por qual razão? Porque uma manchete não verdadeira, estarrecedora, levou as pessoas a comprarem o jornal.
PASTORES DA MARANATA – HOMENS DE BENS
O jornal conseguiu a façanha de atingir todos os pastores da Igreja. Que manchete é esta? Onde já se viu isto? O jornal não se preocupou em ouvir pastores. A Igreja possui cerca de 3000 pastores, voluntários em favor da causa. Trabalham pelo reino de Deus em ato de fé e amor aos seus rebanhos. Engenheiros, pedreiros, médicos, vendedores, representantes, empresários, juízes, funcionários públicos e tantas outras profissões, estes são os pastores da Igreja Cristã Maranata. A manchete foi um ataque frontal a todos os pastores da Igreja. Manchete feita não para informar, mas para vender jornal. E quando A Gazeta atacou os pastores da Igreja Cristã Maranata, o ataque também atingiu os seus membros, que confiam no cuidado cotidiano que os pastores lhes prestam. Irresponsabilidade editorial, com o devido respeito.
FOTO DE NOTAS DE DINHEIRO SAINDO DE UMA BÍBLIA
A Gazeta conseguiu, com essa foto nefasta, ofender o Cristianismo no mundo inteiro. Um disparate absurdo e sem precedentes. Aqui não falo como membro da Igreja Cristã Maranata, mas como cristão. O que tenho ouvido de pessoas das mais diversas denominações, quanto à foto da bíblia com dinheiro, é a maior expressão de indignação contra o jornal.
PASTOR BRIGA PARA RETOMAR A MARANATA
Mais uma mostra da ausência total de compromisso de A Gazeta com a verdade. Retomar a Maranata? O que significa isto? A reportagem tem, em suas mãos, cópia dos estatutos da Igreja. Será que eles não foram lidos? Se não foram, reforça a prática do mau jornalismo, que não investiga até o fim. Se foram, indica, mais uma vez, que a aura do jornal é vender exemplares e não informar a verdade. As atribuições estatutárias do presidente da Igreja Cristã Maranata não guardam sintonia com o comando da instituição. O comando da instituição é feito de outra forma. Isto não foi dito pelo jornal. O que houve: mau jornalismo ou perseguição à Igreja Cristã Maranata? Ou será que ambos? E mais: por qual razão a reportagem não citou que a decisão judicial preservou todas as funções eclesiásticas de seu presidente e o que isto signfica? E por qual razão a reportagem também não citou que, para os pastores e membros, o que nos importa, acima de tudo, é a função eclesiástica? Mau jornalismo ou perseguição? Ambos? Por qual razão a reportagem não citou que o presidente se tornou presidente em assembleia geral de pastores e que o recurso judicial serve para manter a vontade soberana da assembleia de pastores?
6 – Hoje ainda estou cancelando a minha assinatura do jornal A Gazeta. Não confio mais no jornal A Gazeta como fonte de informações que preciso para o exercício de minha cidadania.
Atenciosamente,
Sérgio Carlos de Souza