Advogado escreve Carta de Indignação ao Jornal A Gazeta

Leia a carta de indignação enviada pelo pastor e advogado Sérgio Carlos de Souza ao editor André Hees, do Jornal A Gazeta (ES).

Veja o conteúdo da carta na íntegra:

Prezado Editor André Hees,

Li hoje o seu editorial intitulado “em defesa da Maranata”, e tenho a expressar o que segue:

1 – Sou leitor e assinante de A Gazeta há várias décadas, e é nesta qualidade que escrevo.

2 – Estou pastor da Igreja Cristã Maranata desde 1997, e dela sou membro desde 16 anos de idade (hoje tenho 46).

3 – Sou totalmente favorável à liberdade de expressão como um dos pilares da sustentação democrática.

4 – Mas – e aqui vai a minha indignação de forma respeitosa, porém firme – o que o jornal A Gazeta está fazendo quebrou a liberdade de expressão.  O jornal colocou o compromisso de informar a verdade em patamar inferior às suas necessidades comerciais.  Isto é mau jornalismo.  Eu poderia aqui consumir páginas e mais páginas citando essa prática nas reportagens envolvendo a Igreja Cristã Maranata.  Entretanto, como percebi pelas cartas de leitores publicadas no jornal de hoje, que já existem diversas outras manifestações, me restringirei a exemplificar – me permitam – o mau jornalismo de A Gazeta citando algumas das manchetes feitas.

5 – Sei da importância de uma manchete para qualquer veículo de comunicação.  Ela tem, entre outros, dois papéis a cumprir: despertar o leitor e estimular a venda.  E não há nenhum problema quanto a isto.  Mas a manchete precisa ser verdadeira.  Ela não pode ser dissociada dos fatos que serão informados dentro do jornal.  Ela não pode conter informação falsa.  E muito menos tendenciosa.  Muitas, mas muitas pessoas, apesar de não comprarem o jornal, lêem as manchetes nos sinais e bancas de jornais.  A manchete tenta levar a pessoa a comprar o jornal, mas o fato é que muitos não compram, apenas ficam com a manchete.  Daí o compromisso que a manchete deve ter com a verdade.  E a má prática das manchetes, lamentavelmente, aconteceu com A Gazeta no caso da ICM.  Citarei apenas algumas.

MARANATA – DA FÉ À FRAUDE

Qual a conclusão do leitor?  Não há outra: a Igreja Cristã Maranata deixou a fé e enveredou para a fraude.  E quando a manchete alardeia a associação entre Maranata & Fraude, lança na lama todos os membros da Igreja.  A manchete fez isto.   Ou seja, a manchete sensacionalista e maquiada transmitiu uma mensagem que, depois, o próprio jornal em conversas pessoais fez questão de dizer que não era isto.  A fraude era de algumas pessoas e não da instituição.  Mas a manchete ficou.  E atingiu em cheio a honra de milhões de pessoas ao redor do mundo.  Pessoas que se reúnem ou ao menos visitam os templos da Igreja e jamais viram qualquer tipo de menção à palavra dinheiro.  “Como assim?   Fraude?  A minha Igreja é fraudulenta?”  Ouvi isto muitas vezes.  E, tanto é verdade que a manchete chocou a sociedade, que o próprio jornal depois falou que a edição havia esgotado nas bancas e sinais.   Esgotou por qual razão?  Porque uma manchete não verdadeira, estarrecedora, levou as pessoas a comprarem o jornal.

PASTORES DA MARANATA – HOMENS DE BENS

O jornal conseguiu a façanha de atingir todos os pastores da Igreja.  Que manchete é esta?  Onde já se viu isto?  O jornal não se preocupou em ouvir pastores.  A Igreja possui cerca de 3000 pastores, voluntários em favor da causa.  Trabalham pelo reino de Deus em ato de fé e amor aos seus rebanhos.  Engenheiros, pedreiros, médicos, vendedores, representantes, empresários, juízes, funcionários públicos e tantas outras profissões, estes são os pastores da Igreja Cristã Maranata.  A manchete foi um ataque frontal a todos os pastores da Igreja.  Manchete feita não para informar, mas para vender jornal.  E quando A Gazeta atacou os pastores da Igreja Cristã Maranata, o ataque também atingiu os seus membros, que confiam no cuidado cotidiano que os pastores lhes prestam.  Irresponsabilidade editorial, com o devido respeito.

FOTO DE NOTAS DE DINHEIRO SAINDO DE UMA BÍBLIA

A Gazeta conseguiu, com essa foto nefasta, ofender o Cristianismo no mundo inteiro.  Um disparate absurdo e sem precedentes.  Aqui não falo como membro da Igreja Cristã Maranata, mas como cristão.  O que tenho ouvido de pessoas das mais diversas denominações, quanto à foto da bíblia com dinheiro, é a maior expressão de indignação contra o jornal.

PASTOR BRIGA PARA RETOMAR A MARANATA

Mais uma mostra da ausência total de compromisso de A Gazeta com a verdade.  Retomar a Maranata?  O que significa isto?  A reportagem tem, em suas mãos, cópia dos estatutos da Igreja.  Será que eles não foram lidos?  Se não foram, reforça a prática do mau jornalismo, que não investiga até o fim.  Se foram, indica, mais uma vez, que a aura do jornal é vender exemplares e não informar a verdade.  As atribuições estatutárias do presidente da Igreja Cristã Maranata não guardam sintonia com o comando da instituição.  O comando da instituição é feito de outra forma.  Isto não foi dito pelo jornal.  O que houve: mau jornalismo ou perseguição à Igreja Cristã Maranata?  Ou será que ambos?  E mais: por qual razão a reportagem não citou que a decisão judicial preservou todas as funções eclesiásticas de seu presidente e o que isto signfica?  E por qual razão a reportagem também não citou que, para os pastores e membros, o que nos importa, acima de tudo, é a função eclesiástica?  Mau jornalismo ou perseguição?  Ambos?  Por qual razão a reportagem não citou que o presidente se tornou presidente em assembleia geral de pastores e que o recurso judicial serve para manter a vontade soberana da assembleia de pastores?

6 – Hoje ainda estou cancelando a minha assinatura do jornal A Gazeta.  Não confio mais no jornal A Gazeta como fonte de informações que preciso para o exercício de minha cidadania.

Atenciosamente,
Sérgio Carlos de Souza

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